Bombeiro em depressão quase morre no fogo
Um bombeiro de Penafiel está internado na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital Padre Américo.
O voluntário foi, na passada segunda-feira, encontrado pelos colegas, inanimado, no meio do monte, durante as operações de combate a um incêndio, na freguesia de Santa Marta. Porém, sendo que o quadro clínico se apresenta estável, há grande apreensão devido às circunstâncias que rodearam o sucedido.
A vitima, José Carlos Ferreira Rocha, de 40 anos, sofreu intoxicação por fumo e queimaduras. De acordo com fonte hospitalar, apresenta um quadro clinico estável. "Nesta altura, o paciente encontra-se internado, com suporte inalatório, em fase de evolução positiva", explicou ao JN Estevan Lafuente, director da UCI, notando que a situação requer acompanhamento permanente, por causa de eventuais lesões que possam surgir em consequência do acidente.
Falta de gente
O caso está a causar grande apreensão na corporação penafidelense. É que na origem do acidente estarão problemas de natureza psicológica, decorrentes de questões do foro privado do bombeiro hospitalizado.
No comando dos Bombeiros de Penafiel, disseram-nos que o voluntário em causa "tem andado bastante deprimido", o que o poderá ter afectado em pleno teatro de operações e contribuindo para uma situação que poderia ter sido trágica.
"Os colegas abeiraram-se dele e deram-lhe ordens para que se sentasse um pouco, que, mal o fogo fosse dominado, alguém o levaria de volta para o quartel. Depois, via rádio, tentámos entrar em contacto com ele, mas, incompreensivamente, o rádio estava sempre desligado. Quando os colegas chegaram ao local onde o haviam deixado, ele já lá não estava", explicou, ao JN, Joaquim Rodrigues, comandante da corporação.
José Rocha acabou por ser localizado noutro ponto do monte, inanimado.
O elevado numero de incêndios que têm assolado as florestas do concelho de Penafiel leva a que "todos sejam poucos" para que se acuda à floresta. Assim diz, em tom de lamento, o responsável da corporação, para justificar o envio para a mata de um operacional cuja debilidade emocional era conhecida.
Além das questões de saúde física já descritas, a recuperação psíquica estará, também, a "prender" à cama o bombeiro em causa.
Nota: Jornal de Notiícias, 09 de Junho de 2005
P.S.: obrigada Manuela Moura pelo contributo
domingo, junho 12, 2005
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