Sobre o seu impacto psicológico na população de Madrid, em geral, e sobre as vítimas e pessoas que trabalharam no dispositivo de emergência, em particular, debruça-se um estudo realizado pela Universidade Complutense, cuja primeira fase foi apresentada em Madrid pelo reitor, Carlos Berzosa, catedrático em Psicologia Básica Juan José Miguel-Tobal e o professor Antonio Cano-Vindel.
O estudo, realizado com base em entrevistas telefónicas que também tiveram um valor terapêutico, está dividido em três grupos. O primeiro compreende a população geral de Madrid, representada por 1589 pessoas. O segundo inclui 117 vítimas e pessoas que lhes são próximas e o terceiro é formado por 165 membros do pessoal de emergências que interveio após a catástrofe.
Segundo revela o estudo, as matanças de Atocha, El Pozo e Santa Eugenia causaram um aumento do consumo de álcool, tabaco e psicofármacos entre a população madrilena e, especialmente, entre as vítimas e os seus próximos. Assim, 9,6% da população e 40,2% das vítimas e pessoas das suas relações tomou tranquilizantes após os atentados, percentagem que, no caso dos antidepressivos, se situa nos 4,0% e 15,4%, respectivamente.
O 11-M causou também uma série de perturbações psicológicas entre a população madrilena. A mais comum são as crises de ansiedade provocadas pelo pânico, que atacaram 10,9% dos madrilenos e 45,3% dos afectados. Quanto à depressão, há 7,5% da população e 29,9% das vítimas que está deprimida após o 11-M.
A última perturbação, a menos comum mas a mais grave, é a perturbação por stress pós-traumático. A percentagem de afectados devido aos ataques é de 1,6% da população, cerca de 40 mil madrilenos, e 25,7% das vítimas.
Apesar dos números, Miguel-Tobal destaca o apoio social às vítimas, que actuou como variável protectora, permitindo uma melhor resposta psicológica que a da população de Nova Iorque após a outra grande catástrofe citadina deste século.
segunda-feira, novembro 14, 2005
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