1ªMÃO: Instituto de Emergência Médica assinou protocolo com Exército. Técnicos de psicologia vão ajudar em casos de rotina e em situações de catástrofe. INEM já tem três psicólogos que acompanham sobretudo casos de tentativas de suicídio, vítimas e familiares de acidentes e crianças traumatizadas.
O Exército vai passar a ajudar o INEM - Instituto Nacional de Emergência Médicano - no apoio psicológico a vítimas. Em Agosto deste ano foi assinado um protocolo entre o INEM e o Centro de Psicologia Aplicada do Exército sobre a cooperação das duas entidades, tanto em casos de emergência médica de rotina como em situações de catástrofe.
A primeira preocupação das duas entidades envolvidas é a «preparação dos psicólogos». «Temos que nivelar conhecimentos e coordenar a formação dos profissionais. Só depois podemos preparar equipas para estarem alerta e prontas a intervir no terreno», explica o tenente-coronel Oliveira da Cruz.
O mesmo responsável adianta ao PortugalDiário que o Exército «já disponibilizou recursos humanos», na época de incêndios, para acompanhar vítimas que exigissem cuidados de psicologia. No entanto, «ainda não fomos solicitados para estar presentes», conclui o mesmo oficial.
A acção do INEM, no âmbito da saúde mental, começou há mais de um ano. «É um complemento do apoio à vítima», explica Nelson Pereira, coordenador do Instituto. O trabalho dos psicólogos teve início na altura do Campeonato Europeu de Futebol para acalmar os ânimos dos adeptos com corações mais exaltados. Mas a sua actividade não se resume a casos de alterações emocionais motivadas pelo furor futebolístico.
Estão presentes «em todas as situações que justifiquem o acompanhamento psicológico, por exemplo, a vítimas ou familiares de vítimas de acidentes de viação», aponta o médico. Em muitos casos, os sinistros «têm consequências muito graves para a saúde e por vezes levam mesmo à morte. Por isso, o nível de repercussão emocional é superior ao de uma doença prolongada», explica.
Na rua, os psicólogos do INEM socorrem ainda tentativas de suicídio e casos em que haja crianças envolvidas. «Por exemplo quando uma criança está presente numa situação traumática» como uma agressão entre adultos. Os incêndios e os incidentes de que resultam muitas vítimas são outros casos que exigem a presença de médicos especialistas em psicologia.
O INEM tem ao seu serviço três psicólogos, um em Coimbra, outro no Porto e outro em Lisboa. Para alargar este grupo, outros protocolos estão já a ser pensados. Até porque, além do trabalho no terreno, estes profissionais são ainda responsáveis pelo apoio psicológico aos técnicos de emergência médica, que vivem diariamente «situações traumatizantes», e pelo apoio psicológico telefónico dado através das linhas do 112.
2005/11/08 Portugal Diário
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