Temos visto vários psicólogos nas televisões e jornais a falarem das intervenções que estão a realizar.
Percebemos claramente a pressão que a comunicação social coloca, mas pomos em causa os comportamentos dos mesmos.
Vamos por pontos então:
A ética do psicólogo diz-nos que devemos preservar a confidencialidade dos dados que nos são transmitidos.
Em situação de stresse, as pessoas ficam com comportamentos exarcebados, cabe-nos a orientação das mesmas e a normalização das situações, ora se vamos para a televisão falar do que vamos fazendo estamos a cair no histerismo colectivo, e passamos nós mesmos a ter comportamentos anormais.
Em situações de emergência, uma das missões do psicólogo é proteger e encaminhar as vítimas, se estas aparecem na televisão estamos a expô-las e não a protegê-las, o mesmo se passa no que se refere a mostrar os locais onde as alterações de comportamentos se passam.
A única desculpa que podemos dar a esses psicólogos é que realmente é a primeira vez que estão confrontados com situações deste género, falta-lhes a experiência e talvez desconheçam a quem pedir ajuda (se é que a querem, temos ouvido falar de alguns que se acham os melhores, é o início dos erros).
E já agora, o que faz 1 psicólogo sozinho no terreno? Será que já ouviram falar de Compassion Fatigue Specialist? Trabalho de Equipe?
O SNBPC sabem quem são os psicólogos com experiência do terreno, muita da culpa do país estar inundado de psicólogos a trabalhar em emergência que não sabem o que andam a fazer é dele.
Não haverá algo mais importante para mostrar? Que tal a comunicação social, através do impacto que tem na sociedade civil, forçar a criação de um grupo de trabalho com elementos com formação e competências técnicas em diversas áreas, para começar a analisar os incêndios nos últimos anos, como surgem, porquê, as condições em que aparecem para que possam já hoje, em pleno verão começar a prevenir os fogos pros anos que se seguem. Ideias de técnicos : do Instituto de Meteorologia, SNBPC, Polícia Judiciária, Câmaras Municipais, LNEC, Ambiente, Agricultura,....
Isto sim seria algo para os psicólogos pensarem, o que correu bem/mal nas intervenções que estou a desenvolver. O que posso fazer para melhorar o meu trabalho...
terça-feira, agosto 23, 2005
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2 comentários:
Infelizmente muitos colegas esquecem facilmente o código deontologico a que estão sujeitos, expondo-se e expondo aqueles a quem prestam assistencia a situações sobejamente criticaveis e apenas compreensiveis para quem não tem formação nesta área.
O que será que alguns srs psicólogos andaram a aprender na universidade? Não tendo estes o mínimo de bom senso, quando se trata de saúde mental, a quem vamos exigi-lo? Porque é que o óbvio para qualquer cidadão minimamente informado não o é para quem lida com a saúde mental? Em que escola andaram meus senhores?
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