sexta-feira, abril 29, 2005
Psicólogos em Emergência
Quando começámos a trabalhar nesta área, éramos poucos e foi difícil convencer quem de direito da importância que podíamos desempenhar.
Assistimos agora ao surgir de muitos psicólogos interessados nesta área, alguns porque pensam que será uma área que traz trabalho(dinheiro), outros pelo genuíno interesse de ajudar.
Tal como todas as áreas novas, começamos também a ouvir falar de intervenções mal feitas, sobretudo devido aos desconhecimento das técnicas de trabalho, falta de humildade dos técnicos de pedir ajuda a outros mais experientes e, a ideia que qualquer psicólogo pode efectuar este tipo de intervenção, o que é uma grande mentira, pois além de trazer consequências nefastas para as pessoas com quem intervimos, vem pôr em causa o trabalho desenvolvido por um grupo de psicólogos que trabalha nisto há pouco tempo... (4 anos).
Além de todas as consequências que um trabalho mal efectuado poderá ter, falaremos delas mais à frente, levantam-se questões éticas e deontológicas graves, que acreditamos que estes psicólogos ainda não pensaram, porque concerteza poucos parecem ter conhecimento dos códigos de ética que regulam a nossa actividade (foram alvo de post anterior).
Além do básico que qualquer psicólogo aprende na faculdade, existem técnicas específicas que terão de ser dominadas, bem como áreas de informação que temos que ter conhecimento.
exemplos:
Internamento de urgência, sempre que vamos a uma situação em que seja necessário um internamento de urgência (para saber definições apareçam na tertúlia de Cacilhas, ver post), é obrigatória a presença da autoridade policial, sempre... vem na lei. (pois é, também temos de saber de leis)
Pessoas barricadas em casa que metam em risco a vida delas ou de outras pessoas, meus amigos...não somos negociadores, podemos apenas desempenhar a nossa função até os negociadores chegarem, portanto, contactem a P.S.P. ou G.N.R., têm dúvidas?? temos elementos da nossa equipa tanto na G.N.R. quanto na P.S.P., peçam ajuda a quem sabe...
Conhecem os processos do funcionamento normal do luto? Parece que não, em todas as situações em que intervimos temos de fazer uma avaliação do que se está a passar, e não ir a correr ter com a pessoa que está a chorar. Pensem lá um pouco, se vos morresse alguém da familia de forma súbita e trágica qual seria a reacção mais adequada...
Psicólogo que se preze e saiba alguma coisa sobre emergência, não vai para um acidente prestar apoio psicológico sem conhecer os mecanismos de funcionamento das equipas de emergência, correcto? Ou parece-vos que qualquer psicólogo que se apresente perante uma situação de acidente sabe explicar a uma vítima ou familiar o que se está a passar à sua volta?
Pensem ainda se numa intervenção que estejam a fazer numa tentativa de suicídio e a pessoa acaba mesmo por se matar... de quem será a culpa? Estão preparados para lidar com as consequências legais do vosso comportamento negligente?
Ou seja, existem protocolos de actuação que deverão ser respeitados, o trabalho nesta área é específico, ninguém nasce ensinado, é necessário continuar sempre a estudar e, sobretudo, saber questões relacionadas com outras áreas, como leis (policiais, protecção civil, saúde, etc...), emergência (funcionamento das equipas de emergencia, primeiros socorros, etc...) e podiamos continuar a falar de muitas outras coisas...
Continuam a pensar que trabalham bem? olhem que a factura por efectuar um mau trabalho é sempre paga, para alguns até custa o próprio trabalho, infelizmente para as pessoas com quem trabalhamos às vezes são elas que pagam...
Como Psicólogos que somos temos o direito de exigir que o nosso trabalho seja bem efectuado, só assim podemos ser reconhecidos e lembrem-se para a próxima vez que forem fazer uma intervenção... Portugal é pequeno e tudo se sabe, as boas intervenções e muito mais depressa as más...
É do interesse de todos nós que trabalhemos em condições e com conhecimento do que estamos a fazer, portanto basta de irem a correr intervir, pensem primeiro.......
sexta-feira, abril 22, 2005
Jornadas Psicológicas
Áreas Temáticas Específicas
- Escola-família: relações difíceis e necessárias
- Trabalho, precariedade e profissões
- Saúde, comportamento e adaptação a situações difíceis
- Dinâmicas identitárias
- Justiça e comportamentos desviantes
quinta-feira, abril 21, 2005
Colóquio em Évora
"Auxílio Humanitário às populações afectadas pelos incêndios"
Dr. Abel Ramos
"Apoio Psicológico a equipas de Bombeiros envolvidas em incêndios florestais"
Dra. Ana Margarida Santos
Estão, também, a ser preparados outros colóquios a nível nacional, dos quais daremos informações assim que possível.
terça-feira, abril 19, 2005
Tertúlia
Encontram-se abertas inscrições gratuitas no psic.bvc@sapo.pt
segunda-feira, abril 18, 2005
What is resilience?
Resilience is not an inborn trait. Like the body's immune system, it is affected by our mood and by the amount of help we receive from others. Also similar to our immune system, it also has high and low periods, and sometimes, during long stretches of difficult times, our natural resilience is faced with more challenges than usual.
I.T.P.
sábado, abril 16, 2005
Curtas
According to the Centers for Disease Control and Prevention, up to 90 percent of all doctors visits in the U.S. may be triggered by a stress-related illness."
"25 Percent of Foster Children have PTSD
Results of a recent study of former foster children show that 25 percent have PTSD which is even higher than levels for war veterans."
T.A.A.E.T.S.sexta-feira, abril 15, 2005
Criança portuguesa morreu
De acordo com o porta-voz da Embaixada de Portugal em França, a criança falecida chamava-se Patrícia, era filha de Vânia Mendes e irmã gémea de Yara.
Vânia Mendes, que estava há cerca de três semanas na capital francesa à procura de trabalho, ”já sabe que a filha faleceu e está a receber ajuda psicológica disponibilizada pelo Governo português", adiantou a fonte da secretaria de Estado.
Quanto ao seu estado de saúde, a mulher "está bem, embora com queimaduras". A outra criança apresenta também "queimaduras nos pés".
O Governo garante ainda suportar todas as despesas com a hospitalização das vítimas, "dada a escassez de recursos financeiros" da família.
Pelo menos 20 pessoas morreram, entre dez crianças, no incêndio que ocorreu hoje de madrugada no hotel Paris-Opera. Sessenta pessoas ficaram feridas, 11 das quais em estado grave.
Além de portugueses, encontravam-se no edifício cidadãos de nacionalidade francesa, senegalesa, costa-marfinense, norte-americanos, tunisinos e ucranianos. O hotel era habitado por 76 pessoas, a maioria imigrantes africanos.
O incêndio, um dos mais mortíferos em Paris nos últimos 20 anos, destruiu completamente o Paris-Opera, um hotel de seis pisos situado na rua Provence, junto às galerias Lafayette.
Com Lusa
Apoio Psicológico Tsunami "Sri Lanka"
"Emergência Médica e Psicológica junto das vítimas do Tsunami
A 26 de Dezembro de 2004, uma catástrofe natural abateu-se na Ásia de tal forma que o seu impacto fez-se sentir por todo o mundo. Duas técnicas do CeFIPsi, com experiência em trasladações de cemitérios, foram para Batticaloa no Sri Lanka, prestar apoio psico-social durante 5 semanas. Trabalharam em parceria com uma equipa de voluntários gregos nos campos de refugiados, da qual dois médicos estarão também presentes no evento. A experiência profissional e pessoal de cada orador, com a visualização de várias fotografias, constitui a essência das comunicações, da partilha e da reflexão que se espera promover!
Horário e Local:Quarta-feira 11 de Maio das 14h às 19h na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa - FPCEUL.
mais info em cefipsi.com"
Bruno Brito
quarta-feira, abril 13, 2005
Para pensar e comentar
No entanto, para quem é Psicólogo e conhece a orgânica do funcionamento de situações de emergência (leia-se experiência prática e conhecimento dos mecanismos de actuação de emergência, Bombeiros, INEM, Protecção Civil), facilmente percebe e aprende que a primeira coisa a fazer num local para onde fomos chamados ou que por acaso passámos e fomos prestar o nosso serviço, é avaliar as condições de segurança, ou seja, ....
..., por condições de segurança falamos da análise ao teatro de operações (muitas das vezes as vítimas que necessitam do nosso apoio não estão directamente envolvidas no acontecimento), quem mais chora não é muitas vezes quem mais precisa de ajuda, devemos conhecer os procedimentos dos outros técnicos, perceber o que estão a fazer e para quê, perceber se a nossa intervenção vai ter impacto ou estaremos perante uma situação na qual não devemos intervir (pois, parece me que mais importante que intervir é saber como e quando), entender que meios temos à disposição (daí ser importante estarmos como parte do funcionamento da equipa, tentem lá pedir a 1 bombeiro para irem para a ambulância se não houver 1 relação de respeito e empatia, imaginem-se vindos de fora).
Isto só para falar da análise inicial que terá sempre que ser feita, ainda acham que é assim tão fácil? Lembrem-se que trabalhamos com pessoas normais, que têm reacções normais a uma situação que não é normal.
Acham mesmo que qualquer Psicólogo que se preze vai pro terreno intervir? Quem tem o mínimo de conhecimento da área percebe que pouco sabe, e, que não é a formação que temos na faculdade, seja cognitivo-comportamental ou dinâmica que faz a diferença, isso serve bem mas para consultório, a verdade é que a maioria dos Psicólogos não está habituado a trabalhar com pessoas normais.
Deixo-vos 1 excerto do que se pensa por essa Europa fora, a intenção deste post é que o comentem quer concordem ou não! Partilhem a vossa opinião, não se escudem detrás daquilo que acham que sabem, e eu sinceramente acho que tenho muito para aprender!
"Experience learns that major accidents and disasters do not produce a huge amount of victims
with acute psychiatric disorders. There is no need for rushing a large number of psychologists
or psychiatrists to the scene. Nor should Psycho-Social Support in mass emergencies be
restricted to professionals giving individual critical incident care in large numbers. The
psychological reactions of people in the immediate aftermath of a mass emergency can be
considered to be "normal", considered the "abnormal" set of circumstances.
Persons involved in major accident or disaster have very practical and social needs which are
important as such. Those may also have a psychological impact, especially if they are not well
attended for." E.P.P.
Ana Margarida Santos
What is a crisis?
The situation is defined as a crisis when our usual methods of problem-solving aren't working and all our attempts to resolve the situation using the tools we've used in the past have failed. We might even find it difficult to remember how we previously managed to handle difficult situations. Daily life suddenly seems threatening. Often we cannot understand why this happened to us and wonder if we are to blame for the situation.
Examples of events that may cause crisis are: the death of someone close to us, serious illness, relationship problems, being fired, being directly or indirectly exposed to a traumatic event such as a terror attack, traffic accident, physical or sexual attack and so on. While these events are indeed negative, it is important to note that positive changes in life, such as marriage, birth and moving can also cause feelings of crisis.
I.T.P.
domingo, abril 10, 2005
How Can I Help Myself?
- Ask yourself if you need professional help -- Various symptoms such as fears, nightmares, repeated thoughts about the trauma and complaints about physical pains are normal symptoms that appear in the period following the trauma. However, in the event that these symptoms continue for more than a few weeks and intensify, or if they cause significant distress that interferes with daily functioning, seek professional help.
- Speak to family and friends -- Support from family and friends has been proven to have a huge impact on coping with the trauma. It is important to share thoughts and feelings with those loved ones and friends. That said, if others try to talk about the trauma you've experienced but you find you are not interested, you have every right to gently refuse them.
- Become experts in trauma -- One of the most important tools in dealing with trauma is knowledge about the subject. The more you know about trauma, its consequences and the ways to overcome it, the more likely you will be to handle what you are experiencing. A recommended way of doing this is by reading books and Internet sites on the subject. More information can be found at our
- Maintain a healthy lifestyle -- Try to maintain a quiet and safe routine. Eat healthy, regular meals and make sure to get enough exercise.
- Relaxation exercises -- Daily can help you deal with the and strain of everyday life. The more you practice, the more relaxed and balanced your body will become. This will have direct a impact on your mood and inner peace. Try to practice once or twice a day, for several minutes each time.
- Avoid self-judgment -- In most cases of trauma, the survivors are not to blame for the situation they find themselves in. Don't be angry with yourself or blame yourself for what happened to you or for your behavior during and after the traumatic event. Even reactions such as anger, anxiety and depression are completely normal after trauma, and blaming yourself will only make things more difficult for you. In the event that you feel guilt, anger or sadness, share this with others as this may help you gain another viewpoint on your situation. Despite this, if you still feel that your behavior is out of control or goes beyond the normal boundaries (for instance, violent behavior that hurts you or others, suicidal thoughts or use of alcohol or drugs), you should seek professional help immediately.
- Try to avoid making important decisions --In the days and weeks following the traumatic event you may experience many negative emotions. These feelings will pass in time and make way for more positive emotions and a return to normal life. Because of this, it is important to avoid making important decisions in the weeks after the traumatic event that you may regret later. Remind yourself that your feelings now, no matter how intense they may be, are only temporary, and it is entirely possible that decisions that you are considering will be perceived as mistakes a few weeks hence. Consult with family and friends, and try to see the larger picture in order to avoid regrets later on.
sexta-feira, abril 08, 2005
What is trauma?
There are two factors which make an event traumatic:
- Threat of death or serious injury to us or to another person.
- Strong feeling of fear and helplessness.
The traumatic event is usually unpredictable and uncontrollable. It shatters our sense of security and leaves us vulnerable and agitated. The event does not have to be one in which a person is directly involved in; sometimes the news of the death of someone close to us, or watching a terrorist attack on TV can be traumatic.
Most of those exposed to a traumatic event recover after a few months, without needing professional help. The mind, like the body, knows how to recover from injuries and how to overcome them. The minority of those injured by psychological trauma needs professional help. Fortunately, there are short-term effective psychological treatments available. These therapies aim to help the psyche regain its natural curative powers.
Israel and Trauma
sábado, abril 02, 2005
Sismos
www-ext.lnec.pt/LNEC/DE/NESDE/o_que_sao_sismos.html
Sumatra earthquake underscores need for long-term help and disaster preparedness
Psychological impacts
Whilst large-scale loss of life and damage to property only occurred in Indonesia, the earthquake has amplified people’s worries and trauma across the Indian Ocean basin. Aid agencies are struggling to cope with the psychosocial impacts of the December tsunami and this earthquake will add to that.
ActionAid’s humanitarian and emergencies coordinator, Dr Unnikrishnan based in Sri Lanka, said: "The psychosocial impact of this earthquake is going to be a huge challenge for humanitarian agencies. Repeated tremors are having a long lasting impact on people’s psyche."
Disaster response
ActionAid also says that the tremors that have occurred over the past months call for a complete shift in the way the world responds to disasters like earthquake and tsunami.
Political commitment and long-term investment in disaster planning and reduction systems are necessary to ensure that communities can still respond quickly once these events become a more distant memory.
"Ordinary people responded fast and this is perhaps the best outcome of the December tsunami. The alert for this earthquake came in the middle of the night and people’s response was instant," said Unnikrishnan.
"We witnessed people moving away from the seaside. They were not taking chances this time. While the international community is still struggling to find resources for an early warning system, people are demonstrating an early response."
ActionAid UK