quinta-feira, março 23, 2006

Bombeiros vão ter apoio psicológico

A Associação Portuguesa de Bombeiros e Técnicos Especialistas (APBTE) nasce esta quinta-feira e tem como principal objectivo dar apoio psicológico e técnico, assim como formação, aos bombeiros de todo o país, desde comandantes a soldados. A iniciativa é privada e não tem fins lucrativos, por isso mesmo considera-se «independente».

A APBTE vem preencher a falta de apoio técnico aos bombeiros. «Existe a Liga que funciona como entidade patronal e a Associação Nacional que tem uma vertente mais sindical. Esta nova associação está no "meio" e pretende aumentar o conhecimento quer através da investigação, quer da formação técnica», explicou em primeira mão ao PortugalDiário, Pedro Rios, porta-voz da APBTE.

Um dos primeiros passos é ensinar os bombeiros a lidar com situações de «stress extremo» para que o cidadão possa ser melhor servido. Uma formação inicial que será completada sempre que os homens no terreno necessitarem. «Pela primeira vez os bombeiros vão ter ao seu dispor especialistas para dar assistência também a nível psicológico, além de técnico», explicou o responsável.

A Associação está representa na Federação Europeia das Associações de Oficiais de Bombeiros e Portugal é já o mentor do modelo de Control Incident Stress Management (CISM) para a Europa. «Existe um modelo americano de gestão destas situações, no entanto, na Europa existia essa falha. Portugal assumiu essa responsabilidade de adaptar um modelo mais leve que o americano. Os outros países vão basear-se nos resultados da experiência portuguesa», adiantou.

O apoio psicológico estará também disponível, numa fase posterior, para as vítimas de acidentes e fogos, desde que «não nos sobreponhamos às competências do ministério da Saúde.

A APBTE é privada e vai ser financiada pelas cotas dos sócios que quiserem aderir. Em cima da mesa também estão protocolos com câmaras ou escolas. «Assim, podemos ser independentes e não depender de subsídios», explicou Pedro Rios. Apesar do carácter particular, associação já pediu audiências com a Protecção Civil e com o Ministério da Administração Interna.

Do projecto consta também uma pós-graduação para jornalistas e um jornal on-line.

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