domingo, março 20, 2005

PSP/Amadora: Morte de agentes questiona novamente autoridade policial

Lisboa, 20 Mar (Lusa) - A morte de dois agentes da PSP hoje de madrugada no bairro da Falagueira, Amadora, voltou a levantar a questão da necessidade de repor a autoridade das forças policiais, dotando-as de mais meios e equipamentos.

O incidente ocorreu cerca das 02:00, no bairro da Falagueira, Amadora, perto de um bar, quando três agentes num carro patrulha abordaram um homem, na tentativa de o identificar, e este disparou várias vezes sobre os polícias causando a morte a dois deles.

As vítimas mortais são os agentes António Carlos Fernandes Abrantes, 30 anos, e Paulo Jorge de Oliveira Alves, 23 anos.

"Após o incidente, foram tomadas as medidas técnico-policiais necessárias para preservar todos os meios de prova, bem como para a detecção e detenção do indivíduo suspeito", disse em conferência de imprensa o comandante do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, Oliveira Pereira, salientando que a investigação decorre a cargo da Polícia Judiciária.

A PSP disponibilizou equipas de psicólogos para assistirem os familiares das vítimas e o terceiro agente que seguia no carro patrulha.

As reacções à morte dos dois agentes foram de consternação, mas também de revolta pela impotência sentida pelas forças policiais para fazer frente à crescente violência contra a Polícia.

O ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, e o seu secretário de Estado adjunto, José Magalhães, compareceram logo pela manhã no local onde os agentes foram mortos.

"Este não é o momento de fazer declarações políticas. Queremos apenas expressar as nossas condolências e a nossa solidariedade às famílias enlutadas", disse António Costa posteriormente, durante uma conferência de imprensa no Comando Metropolitano de Lisboa.

"Vamos fazer aquilo que é necessário fazer. Temos já várias reuniões marcadas para a semana a seguir à Páscoa" com as forças de segurança, sobre a situação do sector, acrescentou o ministro.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo, considerou que a morte dos dois agentes vem provar que a Amadora é um concelho de "excepção" que precisa de medidas urgentes, e destacou a necessidade de repor a autoridade das forças policiais, que actualmente não conseguem intimidar os criminosos.

Entre as medidas que o autarca considera fundamentais para fazer face à criminalidade no concelho está a necessidade de reforçar a Polícia de Segurança Pública com mais equipamento e mais meios humanos.

A falta de autoridade e de meios das forças de segurança é também a principal queixa das associações sindicais do sector.

Luís Maria, do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP), afirmou que a violência contra as forças de segurança está a aumentar porque os criminosos perceberam que "a polícia é ineficaz no combate à criminalidade" e "não pode fazer nada".

Para Luís Maria, a abertura de fronteiras veio aumentar o perigo devido à fácil circulação de pessoas e de tudo o que quiserem transportar.

Também o presidente da distrital de Lisboa da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), José Magalhães, considerou ser urgente discutir uma nova política de segurança, tendo por isso a associação decidido no passado dia 14 pedir ao Governo que agende uma reunião com os sindicatos.

A mudança da política de segurança reclamada pelo sindicalista prende-se também com a falta de preparação da Polícia para combater "novos tipos de criminalidade que vieram com a imigração de Leste, Africa e Brasil".

O sindicalista apelou ainda a todos os profissionais da PSP para que se disponham a trabalhar gratuitamente as horas necessárias na busca dos criminosos.

A morte dos dois agentes, alegadamente alvejados com tiros de armas de 9 mm e 7,65 mm (armas de calibre de guerra) apenas permitidas a forças de segurança e Forças Armadas, ocorreu na Avenida General Humberto Delgado, no bairro da Falagueira, junto a um estabelecimento de nome "Chop Bar".

Em conferência de imprensa, o superintendente Oliveira Pereira, do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, explicou que os dois agentes mortos seguiam num carro-patrulha com um outro colega, tendo abordado um indivíduo para o identificar, que de imediato disparou contra os polícias, atingindo o motorista.

O indivíduo pôs-se em fuga, mas acabou por voltar atrás e disparar de novo, tendo só nessa altura atingido outro agente que, juntamente com o colega, prestava assistência ao ferido.

Os dois agentes foram transportados para os hospitais São Francisco Xavier e Amadora-Sintra, onde um deles chegou já sem vida.

O local onde foram mortos os dois agentes da PSP esteve vedado até cerca das 10:30, para que inspectores da Polícia Judiciária recolhessem elementos de prova. O suspeito já foi identificado e está em fuga.

O agente António Carlos Fernandes Abrantes, natural do concelho da Guarda, era casado e vivia com a família em São Brás, Amadora.

O seu colega Paulo Jorge de Oliveira Alves, natural de Rio Tinto, Porto, era solteiro e residia actualmente em Queluz.

Segundo fonte do comando distrital da PSP, os corpos dos dois agentes foram transportados para o Instituto de Medicina Legal de Lisboa para serem autopsiados e só depois de realizados os autos periciais serão entregues às respectivas famílias, para que sejam realizados os funerais.

A morte destes agentes eleva para seis o número de polícias abatidos em serviço nos últimos três anos, dos quais quatro na zona da Amadora.

AL/RCS/TSM.

Lusa/Fim

Realmente hoje quando ouvi a notícia achava que seria sobre a situação do agente morto, mas agora que vi com mais atenção as notícias percebi que aconteceu outra vez!!!

Atenção também, parece que falta apoio psicológico para a família do agente Dinis que morreu também na Cova da Moura.

Tema da Moda? Então colegas temos mesmo que trabalhar como deve de ser. Parece-vos bem? Estamos debaixo dos holofotes da comunicação social para o bem e para o mal, ou seja, para o trabalho que é bem feito e, sobretudo para o que é mal feito porque este sim dá audiências!!

1 comentário:

lupan disse...

calha-me a mim o apoio ao agressor...coisas da vida